segunda-feira, 29 de março de 2010

Memorial da Resistência

Antigo Memorial da Liberdade, dei continuidade a minha visita na exposição Andy Warhol, Mr. America. Quero ser sincera nesse espaço, por isso críticos de arte, não fiquem bravos com o que vou escrever agora: me emocionei milhares de vezes mais com a história do nosso país do que com o ícone da pop arte. Prontofalei! Logo na entrada do corredor que dá para as 4 celas, minhas pernas e meus braços ficaram arrepiados. A ditadura do Brasil está lá, com marcas na parede produzidas pelos presos políticos que se aglomeraram no local, esperando para serem torturados. Cada cela conta uma parte do todo; cada cela volta na época de Getúlio; cada cela, uma sensação. Aquele local, no início da década de XX foi construído para abrigar os escritóriso e armazéns da Companhia Estrada de Ferro Sorocabana. Era lá também que se encontrava uma das delegacias especializadas para conter a ordem do Estado, ou seja, a Delegacia de Ordem Pública e Social de SP (o DEOPS). Eu e L. perguntamos sobre a sala de tortura a uma moça uniformizada que se encontrada em pé na entrada dos corredores. Ela disse que não sabia informar. Quer dizer, quantas coisas ainda estão escondidas nos porões ou portas falsas da ditadura brasileira?
Esse sim é uma passeio e tanto para se fazer em uma sábado ou domingo. Detalhe: vá com tempo de sobra. Tem áudio para ser ouvido e vídeo para ser assistido.






  • do site da Pinacoteca:
A primeira cela mostra os trabalhos do processo de implantação do Memorial da Resistência; a segunda presta uma homenagem aos milhares de presos desaparecidos e mortos em decorrência de ações do DEOPS/SP; na terceira cela foi reconstituída a partir das lembranças de ex-presos políticos e a quarta cela oferece uma leitura da solidariedade entre os que estiveram encarcerados naquele local. Neste contexto do cotidiano na prisão, evoca-se também uma celebração religiosa realizada pelos frades dominicanos presos em 1969. Finalmente, um diorama permite ao visitante compreender como as manifestações públicas de resistência, naquele período, ecoavam nas celas.

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