O amor tem cinco componentes, contra e a favor. O próprio paradoxo brigando entre si. Aliás, uma bipolaridade constante. Dá uma olhada nos cinco contra cinco.
Primeiro componente do amor: o sentimento de plenitude (o outro lado da saudade e da falta), a felicidade simples de ter o ser amado ao seu lado, a sensação de paz e aconchego a cada vez que o vê, rindo, dormindo, pensando, e a incompatível felicidade de estar, ou tomá-lo, em seus braços.
Segundo componente do amor: a alegria da dádiva (a outra face da culpa), o sentimento de que é feliz porque faz o outro feliz, a idéia de que o ser amado descobre conosco alegrias que nem suspeitava, que trazemos luz à sua vida, como ele trouxe à nossa.
Terceiro componente: o reconhecimento (a outra face do ódio). Encantar-se e agradecer por tudo que devemos ao ser amando, os prazeres que nos deu, a maneira pela qual nos fez crescer e soube nos confortar e compreender e foi capaz de partilhar conosco alegrias e tristezas.
Quarto componente: a confiança em si mesmo (o outro lado da desvalorização de si), essa felicidade que experimentamos simplesmente porque o ser amado nos ama, porque é a nós que ama, como somos, como nossas virtudes e nossas fraquezas. Apesar das provações e dos reversos da fortuna, das críticas dos outros e da dureza do mundo, sentir-se confiante graças àquilo que realmente nos importa: o amor do ser amado.
Quinto componente: a serenidade (a outra face do medo), a certeza de que, apesar das vicissitudes da vida, e seu destino sempre trágico, o ser amado sempre estará ao nosso lado nesse cruzeiro. As provas do tempo, as doenças, as mazelas da vida, tudo isso será suportável porque temos o ser amado ao nosso lado, para o melhor e para o pior, nas alegrias da boa fortuna e na provação das tristezas.
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