segunda-feira, 17 de maio de 2010

De tanto a mãe encher o saco, as filhas acabaram num puteiro


Que mãe é um ser ileso da expressão "encher o saco", principalmente quando sua prole é mulher? Não existe. Não há. Por conta disso, tô no limite de dar linha. De preferência, com alguns quilômetros de distância. Eu nunca imaginei que sofreria tanto depois de 30 anos de convivência. Obviamente o texto nunca muda, afinal de contas, todos os atos maternos são baseados no enredo "eu-só-quero-o-seu-bem". Não sei até onde o bem atinge a linha tênue de seu antônimo. Meu Deus! Sei que é até pecado pensar em uma coisa dessas, mas tô farta. Sufocada. Sinto como se a volta da minha sanidade mental fosse igualmente proporcional ao sumiço da face da Terra.
Esse desabafo em muito tem a ver com a peça que assisti no Bibi Ferreira, 'AS FILHAS DA MÃE'. Nada melhor para acompanhar principalmente quando eu me via naquela pressão psicológica. O assunto não é o mesmo, ou seja, na peça, a mãe se espelha na filhas e tenta levá-las ao estrelato que não teve na vida. O dilema é que as filhas também não apresentam talento algum. A partir daí, várias confusões são armadas até o dia que as filhas, esgotadas da mãe, fogem de casa e acabam sendo artistas de um puteiro. Anacrônico? Nada disso. Cômico se não fosse trágico, pois é assim mesmo que a vida anda. O fato é que deve ser difícil ver seus rebentos criarem asas; sair debaixo da saia. Sei lá... para algumas mães isso é uma dor horrível. Tão horrível que tomam atitudes dráticas, como se castigassem seus filhos pela natural ordem da vida. A peça é ótima pelo seu contexto. O teatro é horrível, mal cuidado, largado aos quatro ventos com manchas de infiltração em uma das paredes. Uó!

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