Mais uma vez recorro às
palavras de Martha Medeiros para me inspirar, respirar e perder a razão. Pelo
menos eu tento perdê-la, porque coragem, no fundo, não há. Recorro aos textos
para sentir a liberdade dessa prisão capitalista que corrói a minha alma
artística (se é que existe algo de artista que emana dos meus poros). Um dia
vou dar de louca e estampar minhas paredes com os textos que mais tiram meus
pés do chão e calibram minha alma. Os mesmos que fazem minha cabeça ir além,
meu peito apertar até dar uma vontade imensa de chorar por ter clara a ideia de
que eu não pertenço a um lugar específico, um espaço determinado ou uma cadeira
onde eu tenha que sentar todos os dias. Assim como ela declama Vinicius de
Morais, eu declamo Martha. Declamo a ousadia, recito o louco sábio, pronuncio o
subversivo e incentivo o imprevisível.
Não, não estou naqueles dias
sangrentos. Estou em um dia qualquer, onde quero viver livremente a
excentricidade que só eu vejo e sinto.
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