quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Duas cenas



Percurso de 1 hora de casa até o trabalho. Já que chorar ou ficar irritada está completamente fora da minha proposta de fluir positivamente, nada melhor do que observar e observar. Foi aí que, especialmente hoje, vi duas cenas engraçadas: uma, de um cara dentro da Fiorino da empresa (estava adesivada com o nome da companhia). O cara segurava seu cigarro entre os dedos, com todo o braço para fora do veículo. Seguindo a frase das vozinhas (“imagina se pega no olho?”), pensei: imagina se passa uma moto? Por causa da sua vontade imensa de fumar, ele tinha praticamente metade do corpo do lado de fora do carro. Quando ele ia soltar a fumaça, então, seu esforço era descomunal! Sim, ele tirava mais alguns centrímetros para fora. Um detalhe importante nesse relato todo: ele era o passageiro, caso contrário, sem chance de dar suas tragadinhas do baixo estresse. Não quero analisar o ato, um tanto perigoso por sinal. Mas a cena era hilária porque ele estava, no português certo, CAGANDO E ANDANDO para o tal perigo. Ele queria mais é fumar! E mostrava isso para todos os carros que olhavam, inclusive eu, para entender o que rolava. Sabe o que o fulano fazia? Oferecia um trago. Um trago? RÁ! Logo cedo, quem merece um louco desse tipo?
A segunda cena era a de um senhor, sentado na mureta do buraco da Consolação. Ele cutucava algum pedaço de pau, que, depois de tanto que eu prestei atenção, descobri que era uma begala. Dois policiais pararam e ficaram olhando-o de braços cruzados, exalando a extrema autoridade proveniente de seus uniformes e distintivos. O engraçado de tudo isso foi que o senhor olhou para os dois policiais (provavelmente porque sentiu a presença de dois corpos XPTO) e simplesmente não deu a mínima atenção. Era como se a dupla dinâmica fosse dois pombos ou dois hidrantes, sei lá. Imaginei que, se fosse outra pessoa que percebesse que dois policiais estavam ali, de olho, buscando por uma explicação, já teria, pelo menos, cumprimentado por medo, aflição, pânico…whatever. Outra cena de português correto e nota 10 ao senhorzinho que cutuva a bengala, afinal de contas, aquilo era problema seu, dá licença?

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